terça-feira, 3 de março de 2009

Conhecimento e realidade: observando observações *

1
Conforme Luhmann, na perspectiva de uma teoria operacional do conhecimento o específico do conhecer reside “no diferenciar e na designação assim possibilitada/imposta”, de tal modo que “o conhecimento será produzido através de operações de observação e de registro de observações (descrição). Isto inclui observar observações e descrever descrições. O observar ocorre sempre que algo é diferenciado e, na dependência da diferenciação, designado” (Luhmann, 1997f, p. 96). Como conseqüência desta concepção é necessário desistir da correspondência ponto por ponto do conhecimento com a realidade, pois não existe nada no entorno do sistema de observação que corresponda ao conhecimento. Na verdade, a concepção luhmanniana torna problemática a noção de realidade – “designações como ‘realidade’ (matéria, ultimate reality) ou mundo baseiam-se para o conhecimento, por sua vez, em diferenciações” (Luhmann, 1997f, p. 97, itálicos no original) – e coloca a necessidade de tematizar a questão da possibilidade de um conhecimento objetivo da realidade.

2
Já tornou-se um truísmo nas ciências sociais a afirmação de que "a realidade concreta é inexaurível e, tal como ela se oferece imediatamente ao observador, caótica e obscura" (Fernandes, 1967, p. 17). Considerando que a realidade "não é susceptível de apreensão imediata" (Fernandes, 1967, p. 3), Florestan Fernandes, em seu já clássico texto A reconstrução da realidade nas ciências sociais (Fernandes, 1967), destaca o papel fundamental da observação na pesquisa social, a ponto de definir as ciências sociais como "ciências da observação". Neste texto Florestan afirma que "o cientista não lida diretamente com os fatos ou fenômenos que observa e pretende explicar, mas com instâncias empíricas que reproduzem tais fatos ou fenômenos" (Fernandes, 1967, p. 3) e que "o importante, parece, não é o que se 'vê', mas o que se observa com método" (Fernandes, 1967, p. 6), uma vez que "um pesquisador social sem treino adequado pode ver muito e identificar pouco; enquanto um pesquisador social com idéias rígidas acaba vendo apenas os fatos que confirmam suas concepções" (Fernandes, 1967, p. 6). Na continuação de seu texto Fernandes irá tematizar as diversas operações intelectuais que constituem a observação, destacando que é pela observação que o pesquisador constrói as "instâncias empíricas" que lhe permitirão realizar a reconstrução da realidade, operação indispensável para a explicação sociológica.
Esta afirmação nos coloca diante da sempre presente questão sobre a possibilidade da objetividade nas ciências sociais e dos questionamentos correlatos sobre a posição do investigador, a dificuldade do distanciamento, o perigo da introdução de bias, os diferentes graus de confiabilidade das informações obtidas e sobre o próprio caráter da realidade. Uma pergunta clássica neste ponto é saber se o pesquisador nas ciências sociais constata ou constrói a realidade que observa.
Florestan Fernandes deixa clara sua posição ao colocar em epígrafe, no texto supra referido, uma longa citação de Malinowski:
O principal objetivo da pesquisa de campo não consiste no registro passivo de fatos, mas na representação construtiva do que pode ser designado como estatutos das instituições nativas. O observador não deve funcionar como mero autômato (...). Enquanto faz suas observações, o pesquisador de campo precisa construir constantemente: ele precisa colocar dados isolados em relação uns com os outros e estudar a maneira pela qual eles se integram. (...) Os princípios da organização social, da constituição legal, da economia e da religião têm de ser construídos pelo observador, a partir de uma multidão de manifestações de significação e relevância variáveis (...) (Malinowski, Coral gardens and their magic, vol I, p. 317, apud Fernandes, 1967).

Pensada nos termos propostos por Malinowski, como representação construtiva, capaz de captar os imponderáveis da vida real, a observação dá acesso a uma grande diversidade de dados, alguns inclusive nem pensados no planejamento da pesquisa, e que precisam ser coligidos, selecionados e ordenados. Para isso é preciso fazer um registro detalhado do que ocorre “no campo”: descrição dos sujeitos, reconstrução de diálogos, descrição de locais, registro de eventos especiais, descrição das atividades, registro dos comportamentos do observador. Por outro lado, a reflexão antropológica sobre o trabalho de campo coloca permanentemente a questão do bias. Como afirma Howard Becker, "o observador tem o problema de tentar evitar ver apenas as coisas que estão de acordo com suas hipóteses implícitas ou explícitas. Este tipo de bias pode ocorrer de diversas maneiras" (Becker, 1997, p. 120). Para evitar um olhar distorcido pelos preconceitos e vieses culturais do observador, Malinowski recomenda aos praticantes do trabalho de campo um esforço de relativização1 para ver nas práticas e costumes diferentes daqueles a que estamos acostumados a forma pela qual os seres humanos deram soluções diversas a limites existenciais comuns.
Se as reflexões dos antropólogos praticantes da observação participante já traziam interessantes questionamentos sobre as possibilidades da produção de um conhecimento objetivo no campo das ciências sociais através do distanciamento do pesquisador, esta problemática pode ser ampliada para questionar também as ciências da natureza, como faz Niklas Luhmann que, ao enfrentar os questionamentos acerca de como pode o sociólogo conhecer a sociedade se ele próprio vive e opera nela (Luhmann, 1997a, p. 44-5), coloca as. exigências de neutralidade e objetividade em outro patamar: a questão, agora, deixa de ser posta em termos da busca por uma objetividade que se caracterizaria por uma posição absoluta e uma visão totalizadora – somente possíveis, conforme Luhmann para um observador que fosse Deus – para colocar-se em termos de saber que operação torna possível a observação, o que é preciso observar e o que é possível observar a partir desta operação.

3
Ao descrever a segunda mudança de paradigma na teoria de sistemas, Luhmann destaca que o fundamento mais importante do novo paradigma é a distinção entre sistema e entorno. Contudo, afirma Luhmann, diferenciações como sistema-entorno, eu-outros, bom-mau, verdadeiro-falso, sujeito-objeto, podem ser escolhidas de forma arbitrária. Cada sistema de observação opera a partir de uma diferenciação que o habilita a observar2, mas que escapa à sua observação como um ponto cego. Porém, continua Luhmann, "outros sistemas podem utilizar outras diferenciações para observar o sistema de observação" (Luhmann, 1997b, p. 56), de modo que temos uma multiplicidade de diferenciações possíveis, o que supõe um mundo policontextural3, no qual não existem posições absolutas e onde cada diferenciação precisa legitimar-se pela construção de "um quadro teórico de referência mais geral que seja capaz de mostrar que tudo depende desta (ou de outra) diferenciação" (Luhmann, 1997b, p. 54). Afinal, se a "teoria dos sistemas nada mais é do que a sugestão de uma determinada diferenciação, ou seja, aquela entre sistema e ambiente" (Luhmann, 1997b, p. 54), é sempre possível partir de outras diferenciações – bem e mal, homem e mulher, parte e todo –, mas então, "quando se parte de uma outra diferenciação, constrói-se outros objetos, fala-se de outras coisas, observa-se outros fenômenos" (Luhmann, 1997b, p. 50).
A superação de colocações ontológicas coloca como tarefa a construção de uma nova plausibilidade, baseada no fato de que "aquello que se construirá como realidad, está ultimamente garantizado sólo a través de la observabilidad de observaciones" (Luhmann apud Pintos, 1994, p. 6). Para Luhmann isto leva a uma teoria geral da observação recursiva de observações
para a qual não existem mais nenhum tipo de posições absolutas, de posições subtraídas à observação, de pontos de partida vistos como únicos corretos; isto é, também nenhuma razão, ou seja, nenhum tipo de certezas transcendentais, mas sim apenas diferenciações operacionalmente colocadas que possibilitam, a cada vez, cognições sistêmicas específicas, mas também, justamente, observações e descrições daquilo que para outros sistemas é inacessível a partir de outros pontos de partida (Luhmann, 1997b, p. 56).

Esta teoria de sistemas de observação que observam outros sistemas de observação propõe "que é absolutamente suficiente observar observadores em relação ao que eles observam e ao que eles não podem observar" (Luhmann, 1997c, p. 65). Por isso, afirma Luhmann,
para fins sociológicos faz mais sentido passar para a cibernética de segunda ordem. Isto é, apenas sistemas de observação serão observados. Surge assim, no lugar dos requisitos clássicos de objetividade e consenso e suas metodologias, a diferenciação do observador: ver aquilo que os outros podem e não podem ver (Luhmann, 1997c, p. 72).

Desse modo, a teoria dos sistemas sociais proposta por Luhmann supera a dicotomia entre sujeito e objeto, substituindo-a pela interdependência de observador e observado. O sistema observador, cabe destacar, não é um observador passivo que se limitaria a registrar aquilo que o sistema observado mostra. Ao contrário, trata-se de um observador que assume uma posição ativa. Conforme Rodriguez, para Luhmann o sistema observador
conoce mediante esquemas de distinción, que há incorporado autorreferencialmente y que le permite establecer diferencias recibiendo, por tanto, notícias de diferencia. Observador y observado quedan, por conseguiente, integrados en el acto creativo del conocimiento (Rodriguez, 1999, p. 107-08).
Isso coloca a questão das exigências de neutralidade e objetividade em outro patamar, pois, como aponta Izuzquiza ao destacar a importância do conceito de observação para Luhmann,
no hay nunca observación neutral que no se encuentre dirigida por una diferencia o por un conjunto de diferencias. Al observar se elige uno de los lados que componem la diferencia y se describe cuanto se ve de acuerdo con ese lado elegido (Izuzquiza, 1990, p. 20).

4
E somos assim conduzidos à questão da objetividade e da própria possibilidade do conhecimento sociológico. Porém, ao enfrentar os questionamentos acerca de como pode a sociologia conhecer a sociedade se ela própria opera na sociedade, Luhmann amplia a problemática também para as ciências da natureza. Diante da pergunta sobre “como a sociologia pode (...) dar-se ao direito de tratar o conhecimento social como um sujeito trata um objeto, isto é, de fora”, Luhmann responde
Mais do que nunca vê-se hoje que este não é um caso específico das ciências sociais, mas que, ao contrário, tem validade geral. Também o físico só pode observar, porque ele mesmo funciona fisicamente, ou seja, porque participa da realidade física. Também o biólogo só pode observar como biólogo vivo. Em determinadas proporções as observações obrigam o observador, por essa razão, sempre a conclusões retroativas com relação a si próprio e aos instrumentos com os quais a observação altera o campo de seu próprio objeto (Luhmann, 1997a, p. 44-45).

Para Luhmann, observar é diferenciar. Cada observador observa a partir de uma diferenciação e apenas a partir desta diferenciação:
ele só pode enxergar com a ajuda dessa diferenciação, ou seja, ver apenas o que pode ver com o auxílio dessa diferenciação. Ele não pode ver o que ele não pode ver (Luhmann, 1997b, p. 56).

Ou seja, tudo que é observado é observado por um observador que faz uma distinção (draw a distinction) de modo a tornar possível a observação: "without distinctions there would be no observable reality, yet reality itself knows no distinctions" (Knodt, 1995, p. xxxiv). Cada distinção estabelecida ilumina determinados aspectos da realidade e deixa outros no escuro, e para cada distinção selecionada seria possível escolher diversas outras. A realidade como tal, porém, permanece inacessível, pois o acesso a ela depende da distinção de que parte o sistema observador, mas o sistema não pode ver a diferenciação que utiliza para observar. Mesmo uma observação de segunda ordem, que conseguiria ver o que a observação de primeira ordem não pode ver, tem o seu ponto cego - a própria distinção que lhe permite ver o que o outro não vê que não pode ver (Pintos, s. d.; Knodt, 1995) -, o qual por sua vez pode ser visto por outro sistema observador de sistemas de observação que parte de outra distinção. Não existe, portanto, um superobservador científico, detentor de uma verdade incontestável:
Não existe nenhum sistema externo à sociedade, nenhuma consciência (por exemplo, a minha) que possa observar e descrever a sociedade de forma adequada. (...) Cada teoria da sociedade – até mesmo a que é aqui recomendada – contém, por essa razão, um componente autológico. Ao falar da sociedade, ela também fala de si mesma, já que sua realização operacional somente é possível como autopoiésis da sociedade, só na rede recursiva da comunicação social (Luhmann, 1997c, p. 72).

5
Se não existe uma verdade incontestável, se cada observação ilumina aspectos específicos e não consegue ver outros aspectos e nem mesmo consegue ver que não pode ver, se é preciso partir de uma diferenciação mas seria possível partir de qualquer outra, estamos diante de uma impressionante contingência e o que se coloca diante do observador é, no limite, a improbabilidade da observação, no sentido que se o observador considerar todas as possibilidades de iniciar a observação nunca a iniciará, a menos que assuma definitivamente que se parte de uma distinção e se terá apenas acesso àquilo que esta distinção torna possível observar.
Portanto, é preciso dar conta do conceito de observação4 e da distinção entre observação de primeira ordem e observação de segunda-ordem. Luhmann dedica o segundo capítulo de Art as social system (Luhmann, 2000) para o estabelecimento de um conceito operacional de observação, esclarecendo a diferença entre observação de segunda-ordem e observação de primeira-ordem e procurando combinar a observação de segunda-ordem com uma teoria da sociedade moderna que lhe permita afirmar que os sistemas funcionais da sociedade moderna estabeleceram a si próprios no nível da observação de segunda-ordem (como ele exemplifica utilizando os sistemas da ciência, da política, da economia e da religião, além do sistema da arte, que é discutido em todo o livro).
Considerada como operação, a observação de segunda-ordem é também uma observação de primeira-ordem, que precisa atender aos requisitos operacionais de qualquer observação: estabelecer uma diferenciação (draw a distinction) em um espaço. Todo observador, para poder observar precisa antes distinguir alguma coisa (objetos, eventos, movimentos) de alguma outra e precisa traçar uma distinção entre ele mesmo e o que ele observa. É essa distinção (ou diferenciação) que permite a observação, mas ao mesmo tempo ela possui um ponto cego, algo que o observador não pode ver para poder ver o que vê.
É fundamental no conceito de observação proposto por Luhmann a idéia de que para observar é preciso traçar uma distinção em um espaço: "the observer must employ a distinction in order to generate the difference between unmarked and marked space, and between himself and what he indicates" (Luhmann, 2000, p. 54). Ao estabelecer esta distinção o observador torna-se visível para os outros, chama atenção para sua presença como observador e, ao mesmo tempo, indica algo como o objeto de sua observação.
Conforme Luhmann aponta, a operação de observação pode ser descrita em termos físicos, biológicos ou sociológicos, sendo que em cada caso a observação torna visíveis diferentes realidades (Luhmann, 2000, p. 58). Para dar conta de todas estas possibilidades Luhmann apresenta um conceito bastante formalizado de observação, deixando de lado, no conceito, qualquer referência às condições materiais que tornam possível a observação:
By formalization, we mean the coinage of a operative concept with empirical reference, wich leaves open at level de reality a given operation occurs and what kinds of realities must be presumed in order to guarantee that operation proceeds smoothly and whitout destructive interference from the outside (Luhmann, 2000, p. 58-9).

Detalhando um pouco o conceito, Luhmann caracteriza a observação como o estabelecimento de uma marca no espaço que estabelece uma fronteira entre dois lados, dos quais apenas um é indicado, ou seja, uma observação é a indicação de um lado de uma distinção. Mais ainda, para haver uma observação é preciso que distinção e indicação se dêem simultaneamente, como a unidade de uma distinção:
In the act of observing (as distinguished from simply operating), distinction and indication are executed simultaneously (rather than consecutively, that is, in the sense that a distinction is selected first and then followed by an indication. The observing operation – this is its distinctive feature – realizes the unity of the distinction between and distinction and indication. The motivation for this unity resides in the observation itself; it does not depend on the prior existance of corresponding objects in a world that exists separately from this unity (Luhmann, 2000, p. 59).

Luhmann adverte que a observação não pode acontecer como um evento singular, ou melhor, que quando eventos singulares ocorrem, eles não podem ser observados como observações:
we shall speak of observations only when the indication of one side of a distinction is motivated by recursive interconnections – partly by prior observations, hence memory, and partly through connectivity, that is, by anticipating what one can do with the distinction, where one can go with it, what kinds of possibilities the observation discloses or forecloses (Luhmann, 2000, p. 59),

de modo que observações são sempre operações de sistemas observadores (observing systems), entre os quais podem ser considerados os sistemas de comunicação, os quais, por usarem linguagem, manejam simultaneamente distinções e indicações (Luhmann, 2000, p. 60).

6
Estabelecido dessa forma o conceito de observação, é preciso deter-se ainda um pouco mais sobre as suas conseqüências para a noção de observação de segunda-ordem, que Luhmann propõe ser aquela à qual a sociologia deve se dedicar.
O que distingue uma observação de segunda-ordem de uma observação de primeira-ordem é que ela observa algo que pode ser distinguido como observação. Enquanto observadores de primeira-ordem observam objetos, observadores de segunda-ordem observam observações5. Ou, mais especificamente, observadores de segunda-ordem observam como os observadores de primeira-ordem observam. Desse modo o observador de segunda-ordem, em conseqüência da diferenciação que estabeleceu, pode ver o que o observador de primeira-ordem não vê, ainda que, também como conseqüência da diferenciação que estabeleceu, não possa ver o que ele próprio não vê.
Na observação de primeira-ordem a atenção está focada no objeto, isto é, ela é uma indicação de alguma coisa em oposição a tudo o que não é indicado, de modo que o observador e sua observação não são observados. Já na observação de segunda-ordem a observação torna-se observável, o observador indica que a observação ocorre como observação e que é preciso usar uma diferenciação. Conforme Luhmann,
we shall speak of second-order observation when two observations are coupled in such a way that both fully realize the features of first-order observation while the second-order observer, in indicating his object, refers to an observer of the first-order and, in so doing, distinguishes and indicates an observation as observation (Luhmann, 2000, p. 60).

Trabalhar com observações de segunda-ordem, portanto, implica observar observações, isto é, trata-se de estabelecer distinções que indicam outras distinções e indicações. O foco da observação são outros observadores, mais especificamente, como estes observadores fazem uso de distinções. A questão metodológica a ser resolvida, aquela que emerge do uso de observações de segunda-ordem é, conforme Luhmann, "how to observe how the world observes itself, how a marked space emerges from the unmarked space, how something becomes invisible when something else becomes visible" (Luhmann, 2000, p. 91).



Referências bibliográficas
1.BECKER, Howard S. "Observação social e estudos de casos sociais". In BECKER, H. Métodos de pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Hucitec, 1997, 3º ed., p. 117-133.
2.FERNANDES, Florestan. "A reconstrução da realidade nas ciências sociais". In Fundamentos empíricos da interpretação sociológica. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967, p. 1-40.
3.IZUZQUIZA, Ignacio. "Introducción: la urgencia de una nueva lógica". In LUHMANN, Niklas. Sociedad y sistema: la ambición de la teoría. Barcelona: Paidós Ibérica, 1990, p. 9-39.
4.KNODT, Eva M. “Foreword”. In LUHMANN, Niklas. Social systems. Stanford: Stanford University Press, 1995, ix-xxxvi.
5.LUHMANN, Niklas. Essays on self-reference. New York: Columbia University Press, 1990.
6._____________. Social systems. Stanford: Stanford University Press, 1995.
7._____________. "Socialización y educación". In Complejidad y modernidad. Madrid: Ed. Trotta, 1998, p. 245-56.
8._____________ . "Por que uma 'teoria dos sistemas'?". In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta e SAMIOS, Eva Machado Barbosa. Niklas Luhmann, a nova teoria dos sistemas. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, Goethe-Institut/ICBA, 1997a, p.37-48
9._____________. "Novos desenvolvimentos na teoria dos sistemas". In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta e SAMIOS, Eva Machado Barbosa. Niklas Luhmann, a nova teoria dos sistemas. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, Goethe-Institut/ICBA, 1997b, p.49-59.
10._____________. "Sobre os fundamentos teórico-sistêmicos da teoria da sociedade". In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta e SAMIOS, Eva Machado Barbosa. Niklas Luhmann, a nova teoria dos sistemas. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, Goethe-Institut/ICBA, 1997c, p.60-74
11._____________. "O conceito de sociedade". In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta e SAMIOS, Eva Machado Barbosa. (orgs.). op. cit., 1997d, p.75-91.
12._____________ . Organización y decisión. Autopoiesis, acción y entendimiento comunicativo. Barcelona: Anthropos; México: Universidad Iberoamericana; Santiago de Chile: Instituto de Sociologia. Pontificia Universidad Católica de Chile, 1997e.
13._____________ . “Conhecimento como construção”. In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta e SAMIOS, Eva Machado Barbosa. (orgs.). op. cit., 1997f, p. 92-111.
14._____________ . LUHMANN, Niklas. Art as a Social System. Stanford: Stanford University Press, 2000.
15.LUHMANN, Niklas e SCHORR, Karl E. El sistema educativo. Guadalajara: Universidad de Guadalajara/ Universidad Iberoamericana / Iteso, 1993.
16.NAFARRATE, Javier Torres. "Nota a la versión en español". In: LUHMANN, Niklas e SCHORR, Karl E. El sistema educativo. Guadalajara: Universidad de Guadalajara/ Universidad Iberoamericana / Iteso, 1993
17.PINTOS, Juan-Luis. Identidades colectivas y procesos de diferenciación. Santiago de Compostela, Noviembre 1995, http://web.usc.es/~jlpintos/identidades/ (acessado em janeiro de 2003).
18.________________. La teoria constructivista sistemica de N. Luhmann. Santiago de Compostela, s.d., http://web.usc.es/~jlpintos/articulos/ (acessado em janeiro de 2003)
19._______________ . La nueva plausibilidad: la observación de segundo ordem en Niklas Luhmann. Santiago de Compostela, marzo 1994, disponível em http://web.usc.es/~jlpintos/articulos/nuevaplau.htm (acessado em maio de 2004)
20.ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1984
21.RODRÍGUEZ, Darío y ARNOLD, Marcelo. Sociedad y Teoría de Sistemas. Santiago do Chile: Editorial Universitaria, 1991.
22.RODRIGUEZ, Darío y TORRES, Javier. "Autopoiesis, la unidad de una diferência: Luhmann y Maturana". Sociologias, Porto Alegre, ano 5, nº 9, jan./jun. 2003, p. 106-40.

1 Uma das mais adequadas definições desse esforço relativizador é dada por um antropólogo brasileiro, Everardo Rocha: "Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando. (...) Relativizar é ver (...) que a verdade está mais no olhar do que naquilo que é olhado" (Rocha, 1984, p. 21).

2 "ele só pode enxergar com a ajuda dessa diferenciação, ou seja, ver apenas o que pode ver com o auxílio dessa diferenciação" (Luhmann, 1997b, p. 56).

3 Conforme Pintos (1995) este neologismo aparece nos escritos recentes de Niklas Luhmann com o sentido referido a uma disposição da arte de tecer: a trama ou o entramado, a partir do significado dicionarizado de “disposición y unión respectiva de las partes que juntas componen un todo”. Diferente de “ ‘Contexto’ (y el admitido adjetivo ‘contextual’) que tiene como referencia primaria un entorno, la contextura se refiere a la complejidad del sistema” (Pintos, 1995: s.n.). Ver também Knodt, 1995, p. xxxiv-v).

4 Uma observação é uma operação que consiste em manusear um determinado conjunto de diferenciações e mediante a qual é possível "establecer determinados procedimientos de selección y reducir la complejidad del entorno que les rodea" (Izuzquiza, 1990, p. 20).

5 "As first-orders observer, the second-order observer remains anchored in the world (and, accordingly, observable). And he sees only what he can distinguish. If he wants to observe from a second-order perspective, than he must be able to distinguish observations from the other things (objects, for example)" (Luhmann, 2000, p. 56).


* Conhecimento e realidade: observando observações
Marcos Moura Baptista dos Santos
Depto. Ciências Humanas e
Projeto Gaia (Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas)
Universidade de Santa Cruz do Sul - Unisc
caco@unisc.br
2007

Um comentário:

  1. Prof. Caco,

    Sou Marcus Túlio Pinheiro, Fiz mestrado em Eng. da Produção na UFSC e atualmente estou fazendo o doutorado em Educação na UFBA.

    Vis nas suas referências o título:

    RODRÍGUEZ, Dário; ARNAULD, Marcelo. Sociedad e teoría de sistemas. 1.ed. Santiago do Chile: Editorial Universitária, 1991.

    Tenho uma dificuldade enorme para encontrar esse livro, tinha ele mas pemprestei e perdi. Hoje preciso dele e não sei onde comprar... você pode me indicar onde encontrar?

    ResponderExcluir