Hoje é dia das mães. O que escrever no dia das mães? Ou melhor, o que escrever no dia das mães que não seja aquilo tudo que ano após ano a gente sempre lê no dia das mães? Por exemplo, que mãe só tem uma. Mas, neste início do terceiro milênio da era cristã, a família e os costumes sofreram tantas transformações que são muitos os filhos que têm duas mães (e, muitas vezes, dois pais). E de que mãe eu falo, da minha mãe ou das mães dos meus filhos?
E afinal, o que é ser mãe às portas do terceiro milênio? Ser mãe ainda é desdobrar o coração fibra por fibra? Ou, ao contrário, como já cantavam os Mutantes ao final dos anos 60, “ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração dos filhos”? Cazuza, o grande poeta do rock nacional, depois de detalhar as agruras de ser jovem na década de oitenta, cantava que “só as mães são felizes”.
Minha mãe, quando eu era um adolescente de 17 anos, costumava brincar assinando seus bilhetes para mim com as seguintes letras: “q.t.m.t.t.”. Ou seja, quem tem mãe tem tudo. Hoje, isto virou slogan de rede de televisão. Fazer o que, o tempo não para.
Na verdade, hoje como sempre, as mães continuam a se preocupar com os filhos, a não dormir de noite enquanto estes não chegam, a acordar mais cedo para fazer o café, a juntar as meias espalhadas pela sala, a ajudar nos temas, a conferir o boletim escolar, a consolar as dores, a vibrar junto nas conquistas. Realmente, q.t.m.t.t.
Olha, agora falando sério, o que importa neste dia das mães (e em todos os outros) é que este não seja o único dia em que o pai e os filhos acordem mais cedo para preparar o café e levá-lo na cama para a mãe. Que não seja só hoje que convidem a mãe para almoçar fora e lhe comprem uma rosa. Afinal, mãe é mãe todos os dias. Mesmo, e principalmente, naqueles dias que nos parece uma chata, reclamando da hora, do volume do som, do comprimento do cabelo (comprido demais) ou da saia (curta demais). Por isso, vamos cair na real e nos tocar que não é só a mãe dos outros que é legal (até porque é isso que os outros pensam da mãe da gente). Então, hoje e todos os outros dias, vamos sorrir e gritar bem alto: viva a minha mãe, vivam todas as mães!
E como dizia Torquato Neto, o grande poeta dos anos 70,
“mamãe mamãe não chore
a vida é assim mesmo
.....
mamãe mamãe não chore
eu quero eu posso eu fiz eu quis
mamãe seja feliz
mamãe mamãe não chore
não chore nunca mais não adianta
....
mamãe não chore, não tem jeito”
(mamãe, coragem)
Caco Baptista, filho da Maria, pai do Pedro (filho da Lee) e do Rodrigo (filho da Marisa).
Publicado no jornal da Escola Educar-se, 1999
Blog do professor Caco Baptista. Textos sobre política cultural, educação, infância, comunicação, segurança pública, comportamento, tecnologia e sociedade e gestão universitária. Textos e apresentações para aulas na Universidade. Caco Baptista é professor de sociologia, antropologia e políticas públicas na UNISC, Universidade de Santa Cruz do Sul. Desenvolve pesquisas sobre gestão universitária e realiza palestras sobre educação, infância, cultura e comportamento. cacobaptista@gmail.com
quarta-feira, 11 de março de 2009
Mamãe, coragem
Professor de sociologia e antropologia na Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul).
Sociólogo, especialista em Antropologia Social e em Administração Universitária, mestre em Ciências Sociais, doutorando em Sociologia.
Fui Pŕo-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional na Unisc entre 1998 e 2002.
Presto assessoria para a Escola de Educação Infantil Escolinha de Arte na elaboração e atualização do Projeto Pedagógico e no Programa de Formação Continuada dos Educadores.
Sou palestrante nas áreas de cultura, educação, infância, comunicação, sociedade, ética, comportamento, gestão universitária e políticas de saúde.
Sou presidente do cineclube Amigos do Cinema (http://amigosdocinema.blogspot.com) e membro do Fórum da Cultura de Santa Cruz do Sul (http://culturascs.blogspot.com)
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